Tirei o pé do chão pela primeira vez depois de voltar de brasilia, SE moderado na rampa parti com a familia para uma higiene mental.
O mais interessante foi, depois de enrroscar canhões e turbulências em Brasilia, ouvir o variometro apitar sem a asa sacudir me deu a sensação de que algo estava faltando!!! :)
Atéa a próxima...
H2
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Considerações da temporada de Brasilia
Considerações da temporada de Brasilia...
6 anos depois da minha última visita ao cerrado, devo dizer que esta foi melhor que a anterior por um motivo muito simples e ao mesmo tempo complexo… Minha preparação neste ano foi melhor!
Diferente de outros locais que voei no interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais o cerrado brasileiro guarda características que precisam ser levadas a sério para que a empreitada não acabe cedo ou de maneira trágica.
A primeira característica é o clima seco. Brasilia com o lago Paranoá e suas inúmeras mansões com piscina já é seco, a rampa na borda do planalto central é muito mais seco. Os pulmões precisam de humidade para trabalhar e na falta desta no ar eles roubam água do resto do organismo. Na rampa do vale do Paranã o simples ato de respirar dava sede. Consumia diariamente 3 litros de água. 1 durante a montagem da asa e antes da decolagem, 1 durante o vôo e 1 após o pouso e ainda assim no final do dia urinava muito pouco. O consumo de água era feito de 15 em 15 minutos para manter o equilíbrio hídrico do corpo, sentir sede significava que estava perdendo água mais rápido do que conseguia repor isso eu não podia permitir.
A segunda característica relacionada ao clima é a insolação. O planalto central é basicamente uma região sem acidentes geográficos e de vegetação predominantemente árida, o sol queima você da ponta do dedo mindinho do pé até a ponta do fio de seus cabelos da hora que nasce até a hora que se põe, ele não se poe atras de uma montanha, só no horizonte quando o dia termina. Protetor solar, chapéu e óculos são essenciais, a natureza aqui é agressiva e passar mal em vôo é garantia de problemas. Usei 3 vidros de protetor solar 50 nesta temporada, aplicava de manha, e antes de decolar.
A terceira característica é social. Diferente das grandes cidades ou dos estados mais desenvolvidos da federação, o cerrado é uma região pouco habitada, pouco desenvolvida, entrecortada por fazendas gigantescas em que freqüentemente não uma alma viva num raio de kilometros e mais importante SEM SINAL DE CELULAR. Por isso comunicação com as equipes de apoio é importantíssimo. Rádio de ondas curtas e conhecimento das freqüências de emergência para se manter constantemente em contato com o resgate pode ser a diferença em caso de problemas pois como um experiente colega voador ma vez mencionou: "Aqui no sertão a coisa TEM QUE DAR CERTO!"
A ultima é de ordem técnica. A natureza do cerrado é agressiva tanto em terra quanto no ar, a falta do efeito apaziguador da humidade na atmosfera permite a geração de térmicas que são verdadeiros canhões e de descendentes que tornam a própria força da gravidade irrelevante. Não é ambiente para pilotos com pouca experiência ou que acabaram de atualizar qualquer parte do equipamento ou com mentalidade de vôo de final de semana. É necessário preparação técnica e planejamento, esta semana de vôos em brasilia começou 2 meses antes, conversas quase semanais com o resgate me ajudaram a planejar as tiradas, mapear pousos e rotas.
O vôo livre é o esporte que melhor me proporciona oportunidades de interação com a natureza de formas que não se consegue por outros esportes. O efeito que as variações na vegetação, pressão do ar insolação tem no vôo e o desafio de ler todas essas variáveis para continuar em vôo me proporciona desafios de ordem intelectual que dificilmente encontro em outra faceta de minha vida.
Costumo dizer para os mais chegados que tomei 5 decisões certas na vida do qual me orgulho muito uma delas foi aprender a voar.
6 anos depois da minha última visita ao cerrado, devo dizer que esta foi melhor que a anterior por um motivo muito simples e ao mesmo tempo complexo… Minha preparação neste ano foi melhor!
Diferente de outros locais que voei no interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais o cerrado brasileiro guarda características que precisam ser levadas a sério para que a empreitada não acabe cedo ou de maneira trágica.
A primeira característica é o clima seco. Brasilia com o lago Paranoá e suas inúmeras mansões com piscina já é seco, a rampa na borda do planalto central é muito mais seco. Os pulmões precisam de humidade para trabalhar e na falta desta no ar eles roubam água do resto do organismo. Na rampa do vale do Paranã o simples ato de respirar dava sede. Consumia diariamente 3 litros de água. 1 durante a montagem da asa e antes da decolagem, 1 durante o vôo e 1 após o pouso e ainda assim no final do dia urinava muito pouco. O consumo de água era feito de 15 em 15 minutos para manter o equilíbrio hídrico do corpo, sentir sede significava que estava perdendo água mais rápido do que conseguia repor isso eu não podia permitir.
A segunda característica relacionada ao clima é a insolação. O planalto central é basicamente uma região sem acidentes geográficos e de vegetação predominantemente árida, o sol queima você da ponta do dedo mindinho do pé até a ponta do fio de seus cabelos da hora que nasce até a hora que se põe, ele não se poe atras de uma montanha, só no horizonte quando o dia termina. Protetor solar, chapéu e óculos são essenciais, a natureza aqui é agressiva e passar mal em vôo é garantia de problemas. Usei 3 vidros de protetor solar 50 nesta temporada, aplicava de manha, e antes de decolar.
A terceira característica é social. Diferente das grandes cidades ou dos estados mais desenvolvidos da federação, o cerrado é uma região pouco habitada, pouco desenvolvida, entrecortada por fazendas gigantescas em que freqüentemente não uma alma viva num raio de kilometros e mais importante SEM SINAL DE CELULAR. Por isso comunicação com as equipes de apoio é importantíssimo. Rádio de ondas curtas e conhecimento das freqüências de emergência para se manter constantemente em contato com o resgate pode ser a diferença em caso de problemas pois como um experiente colega voador ma vez mencionou: "Aqui no sertão a coisa TEM QUE DAR CERTO!"
A ultima é de ordem técnica. A natureza do cerrado é agressiva tanto em terra quanto no ar, a falta do efeito apaziguador da humidade na atmosfera permite a geração de térmicas que são verdadeiros canhões e de descendentes que tornam a própria força da gravidade irrelevante. Não é ambiente para pilotos com pouca experiência ou que acabaram de atualizar qualquer parte do equipamento ou com mentalidade de vôo de final de semana. É necessário preparação técnica e planejamento, esta semana de vôos em brasilia começou 2 meses antes, conversas quase semanais com o resgate me ajudaram a planejar as tiradas, mapear pousos e rotas.
O vôo livre é o esporte que melhor me proporciona oportunidades de interação com a natureza de formas que não se consegue por outros esportes. O efeito que as variações na vegetação, pressão do ar insolação tem no vôo e o desafio de ler todas essas variáveis para continuar em vôo me proporciona desafios de ordem intelectual que dificilmente encontro em outra faceta de minha vida.
Costumo dizer para os mais chegados que tomei 5 decisões certas na vida do qual me orgulho muito uma delas foi aprender a voar.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Brasilia dia 6
Brasilia dia 6…
Episodio de hoje: não importa onde se vá, é sempre morro acima e contra o vento.
O dia começou com o mesmo índice de humidade do dia anterior mas com um componente prejudicial, a direção do vento. Como no primeiro dia, ele estava entrando de SE que é vento contra pra quem vai para Brasilia.
A comissão de prova estava discutindo se estabelecia uma prova para os lados de São Gabriel no intuito de aproveitar o empurrão do vento, eu pessoalmente estava muito afim de terminar a temporada de vôos no cerrado com mais um pouso na esplanada.
Mais uma vez montei e fui assistir a largada da prova que acabaria por evidenciar a primeira dificuldade do dia, as térmicas no vale estavam fracas.
Praticamente todo o grid teve dificuldades para ganhar altura depois da decolagem e lá pelas 12:45 todos haviam decolado e por mais incrível que possa parecer o vento tinha parado. Dada a altitude em relação ao nível do mar, as decolagens só ocorrem na presença de vento caso contrário a asa não sai do chão. Na esperança de que o vento retornasse logo me preparei e engatei na asa mas seriam mais 45 minutos antes que o vento entrasse com pressão o suficiente na rampa para permitir decolagens novamente.
As 13:45 o vento voltou a soprar forte no cerrado e consegui decolar com um grupo de asas que estava esperando na rampa, estava tarde e eu estava ficando preocupado, com térmica fraca e contra-vento chegar em Brasilia não seria fácil.
Condições de vôo fracas são especialmente estressantes pois todos os pilotos vão girar a mesma térmica. São umas 40 asas girando juntas, um monte no mesmo nível que você, outro monte em cima, mais uns em baixo e uma meia dúzia querendo entrar para girar térmica com a turma. Um repórter assistindo do solo chegou a comparar o evento a um famoso video do transito da índia onde um monte de veículos fazem conversão em um cruzamento mas ninguém bate.
Voltando ao vôo, a termal era realmente muito fraca mas consistente, estava levando a galera pra cima mas muito devagar e pior na direção contrária a Brasilia. A medida que ia subindo algumas asas escorregavam, outras abandonavam e outros simplesmente resolviam seguir viagem da altura que estavam me dando algum espaço para girar sem ter que me preocupar com o tráfego.
A 3000m resolvo que aquela térmica já rendeu o que tinha de render e saio na direção de Brasilia porem estava muito dentro do vale e só a distância de volta a rampa era uma tirada considerável.
Por causa da condição fraca tive receio de cair no vale então resolvi jogar pra cima do planalto para, caso não conseguisse evoluir mais nada, pelo menos facilitar o resgate.
Apesar da condição estar fraca as térmicas eram abundantes, peguei outra bolha atras de rampa, perto da rodovia br-020, que me colocou em 3000 novamente e fui seguindo viagem mas dessa vez não usei a rota "faca nos dentes" dos dias anteriores, fui mais conservador acompanhando a br-020.
A estratégia mais conservadora e a condição fraca acabaram por produzir 2 efeitos adversos no vôo. O primeiro era o atraso, a falta de vento me obrigou a decolar tarde 13:45, as térmicas fracas me impediram de evoluir mais rápido, nos outros dias chegava em planaltina as 14:30, nesse dia cheguei as 15:30. O outro era o desgaste, voar no contra-vento era um exercício de paciência, tirava por 15 km e a deriva da próxima térmica me fazia retroceder 5km.
Nesse ritmo de 3 pra frente 1 pra trás fui voando. Fazenda JL, trevo de planaltina, posto texaco-advance, reserva.
Chegando em Sobradinho olhei para o relógio que indicava 16:30, estava quase em Brasilia mas também totalmente esgotado, avaliei seriamente a opção de continuar e não ter força pra comandar a asa no pouso ou abandonar o vôo em sobradinho e pousar ainda com açúcar no sangue o suficiente para manter a qualidade de minhas decisões e optei por pousar.
Fui resgatado as 17:15 e fomos para a cerimónia de encerramento do campeonato de Brasilia.
Nesse dia precisei de 2 dorflex pra dormir sem gemer de dor nos braços.
Episodio de hoje: não importa onde se vá, é sempre morro acima e contra o vento.
O dia começou com o mesmo índice de humidade do dia anterior mas com um componente prejudicial, a direção do vento. Como no primeiro dia, ele estava entrando de SE que é vento contra pra quem vai para Brasilia.
A comissão de prova estava discutindo se estabelecia uma prova para os lados de São Gabriel no intuito de aproveitar o empurrão do vento, eu pessoalmente estava muito afim de terminar a temporada de vôos no cerrado com mais um pouso na esplanada.
Mais uma vez montei e fui assistir a largada da prova que acabaria por evidenciar a primeira dificuldade do dia, as térmicas no vale estavam fracas.
Praticamente todo o grid teve dificuldades para ganhar altura depois da decolagem e lá pelas 12:45 todos haviam decolado e por mais incrível que possa parecer o vento tinha parado. Dada a altitude em relação ao nível do mar, as decolagens só ocorrem na presença de vento caso contrário a asa não sai do chão. Na esperança de que o vento retornasse logo me preparei e engatei na asa mas seriam mais 45 minutos antes que o vento entrasse com pressão o suficiente na rampa para permitir decolagens novamente.
As 13:45 o vento voltou a soprar forte no cerrado e consegui decolar com um grupo de asas que estava esperando na rampa, estava tarde e eu estava ficando preocupado, com térmica fraca e contra-vento chegar em Brasilia não seria fácil.
Condições de vôo fracas são especialmente estressantes pois todos os pilotos vão girar a mesma térmica. São umas 40 asas girando juntas, um monte no mesmo nível que você, outro monte em cima, mais uns em baixo e uma meia dúzia querendo entrar para girar térmica com a turma. Um repórter assistindo do solo chegou a comparar o evento a um famoso video do transito da índia onde um monte de veículos fazem conversão em um cruzamento mas ninguém bate.
Voltando ao vôo, a termal era realmente muito fraca mas consistente, estava levando a galera pra cima mas muito devagar e pior na direção contrária a Brasilia. A medida que ia subindo algumas asas escorregavam, outras abandonavam e outros simplesmente resolviam seguir viagem da altura que estavam me dando algum espaço para girar sem ter que me preocupar com o tráfego.
A 3000m resolvo que aquela térmica já rendeu o que tinha de render e saio na direção de Brasilia porem estava muito dentro do vale e só a distância de volta a rampa era uma tirada considerável.
Por causa da condição fraca tive receio de cair no vale então resolvi jogar pra cima do planalto para, caso não conseguisse evoluir mais nada, pelo menos facilitar o resgate.
Apesar da condição estar fraca as térmicas eram abundantes, peguei outra bolha atras de rampa, perto da rodovia br-020, que me colocou em 3000 novamente e fui seguindo viagem mas dessa vez não usei a rota "faca nos dentes" dos dias anteriores, fui mais conservador acompanhando a br-020.
A estratégia mais conservadora e a condição fraca acabaram por produzir 2 efeitos adversos no vôo. O primeiro era o atraso, a falta de vento me obrigou a decolar tarde 13:45, as térmicas fracas me impediram de evoluir mais rápido, nos outros dias chegava em planaltina as 14:30, nesse dia cheguei as 15:30. O outro era o desgaste, voar no contra-vento era um exercício de paciência, tirava por 15 km e a deriva da próxima térmica me fazia retroceder 5km.
Nesse ritmo de 3 pra frente 1 pra trás fui voando. Fazenda JL, trevo de planaltina, posto texaco-advance, reserva.
Chegando em Sobradinho olhei para o relógio que indicava 16:30, estava quase em Brasilia mas também totalmente esgotado, avaliei seriamente a opção de continuar e não ter força pra comandar a asa no pouso ou abandonar o vôo em sobradinho e pousar ainda com açúcar no sangue o suficiente para manter a qualidade de minhas decisões e optei por pousar.
Fui resgatado as 17:15 e fomos para a cerimónia de encerramento do campeonato de Brasilia.
Nesse dia precisei de 2 dorflex pra dormir sem gemer de dor nos braços.
Brasilia dia 5
Brasilia dia 5…
Episodio de hoje: Um dia é da caça o outro é do caçador.
O dia começou com o maior índice de humidade da temporada, não havia aquela secura no ar que fazia com que você sentisse sede só de respirar o ar do cerrado, tinhasmos... nuvens! :)
As 12:00 com asa montada e assistindo as decolagens do campeonato pude perceber as formações pipocando no vale. Sobre o planalto o céu estava completamente formado, parecia um tabuleiro de xadrez, dava pra imaginar um pontilhado com uma seta, "para brasilia siga o pontilhado". Hoje vai ser fácil pensei.
Decolei as 13:15 novamente, tive alguma dificuldade para subir a primeira térmica de tal forma que acabei abandonando as bolhas na cara da rampa e parti em direção as formações sobre o platô que mostravam condições muito melhores.
Fui em direção a Fazenda JL, buscar a mesma térmica dos outros dias com a facilidade de que hoje ela estava marcada por uma bela nuvem, joguei em baixo e fui a 3000m. As nuvens cobrindo o céu tornou o vôo muito mais frio que nos outros dias, na base das nuvens todo o meu aparato não conseguia me proteger adequadamente do frio, proximo do final do voo ia descobrir que o canudinho do reservatório de agua que fica esposto ao vento frio estava congelado.
O vento de hoje era NE, possibilitando o mesmo vôo do dia anterior mas sem muita ajuda do vento pois ele entrava na diagonal de cauda no caminho pra Brasilia.
No topo do JL mandei na reta para Planaltina no mesmo caminho de ontem entre dessa vez com a vantagem de ter as térmicas marcadas pelas nuvens, estava muito mais fácil.
Para facilitar a travessia de planaltina joguei debaixo de uma nuvem no meio do nada para garantir altura ao chegar lá, nesse ponto cheguei a maior altitude de toda a temporada 3200m.
Apesar de toda a festa e térmicas marcadas a rota de planaltina começava a me preocupar, a cidade estava toda coberta por formações. Diferente do vôo no azul onde o sol aquece o solo e desprende térmicas constantemente, o vôo com formações, apesar de tornar mais fácil encontrar-las, trazem um componente estratégico a mais, se a nuvem for muito extensa ou espessa ela tapa o sol que não aquece o solo e como resultado não há térmica.
Estava a cerca de 15 Km de planaltina e tinha que tomar uma decisão, esperar a sombra dissipar para que o ciclo térmico comece de novo, apostar que ainda haveria térmicas soltando e mandar pra baixo da nuvem ou tentar cruzar a nuvem para o outro lado da idade onde havia sol.
Decidi que esperaria a nuvem dissipar sobre planaltina para continuar a viagem, esperava que a mesma não ficasse por lá por mais do que 30 minutos
Encontrar algo foi fácil, marcações estavam por toda aparte, o problema é que começou a sombrear onde eu estava antes que a sombra em planaltina permitisse ao sol aquecer o solo. Resultado é que chegou uma hora em que fui forçado a fazer a travessia pois começou a afundar em toda parte.
Quando começaram meus problemas…
Estava muito alto, na base das nuvens o que me deixava em uma situação bastante confortável para a travessia mas assim que coloquei debaixo da maçaroca de planaltina só acertei afundamentos. Normalmente sem térmicas a asa afunda a uma taxa de 0.7m/s a 75km/h mas assim que entrei debaixo da nuvem fui acertado por descendentes de 12 a 15m/s. Não estava perdendo altura, estava sendo arremessado ao chão pela natureza… :(
Acelerei para sair do afundamento mas a situação não era boa, do jeito que a coisa ia estaria no chão em 5 minutos, a cidade estava embaixo e com a serra do maranhão a direita comecei a aproar na direção da reserva.
Estava sobre a reserva quando o afundamento parou, encontrei uma pequena bolha em que me agarrei como pude, me concentrando para não escorregar dela.
A deriva me empurrava para fora da reserva e depois da cidade mas ao olhar para baixo vi uma asa pousada no meio da reserva, comecei a ter pensamentos de vai dar merda… mas me controlei, não podia deixar esse tipo de pensamento entrar na minha cabeça ou seria o fim.
Fui me arrastando a baixa altura ouvindo os carros passando na rodovia até que a realidade se estabeleceu e a gravidade passou a ganhar novamente e pousei depois da cidade próximo a lagoa da embrapa em um arado gigantesco
Meu eficiente resgate acompanhou o vôo todo e me viu pousar, logo estava a meu lado.
Pois é, esse foi o dia da caça onde as condições não favoreceram a chegada na esplanada.
Amanha mando o último vôo.
H2
Episodio de hoje: Um dia é da caça o outro é do caçador.
O dia começou com o maior índice de humidade da temporada, não havia aquela secura no ar que fazia com que você sentisse sede só de respirar o ar do cerrado, tinhasmos... nuvens! :)
As 12:00 com asa montada e assistindo as decolagens do campeonato pude perceber as formações pipocando no vale. Sobre o planalto o céu estava completamente formado, parecia um tabuleiro de xadrez, dava pra imaginar um pontilhado com uma seta, "para brasilia siga o pontilhado". Hoje vai ser fácil pensei.
Decolei as 13:15 novamente, tive alguma dificuldade para subir a primeira térmica de tal forma que acabei abandonando as bolhas na cara da rampa e parti em direção as formações sobre o platô que mostravam condições muito melhores.
Fui em direção a Fazenda JL, buscar a mesma térmica dos outros dias com a facilidade de que hoje ela estava marcada por uma bela nuvem, joguei em baixo e fui a 3000m. As nuvens cobrindo o céu tornou o vôo muito mais frio que nos outros dias, na base das nuvens todo o meu aparato não conseguia me proteger adequadamente do frio, proximo do final do voo ia descobrir que o canudinho do reservatório de agua que fica esposto ao vento frio estava congelado.
O vento de hoje era NE, possibilitando o mesmo vôo do dia anterior mas sem muita ajuda do vento pois ele entrava na diagonal de cauda no caminho pra Brasilia.
No topo do JL mandei na reta para Planaltina no mesmo caminho de ontem entre dessa vez com a vantagem de ter as térmicas marcadas pelas nuvens, estava muito mais fácil.
Para facilitar a travessia de planaltina joguei debaixo de uma nuvem no meio do nada para garantir altura ao chegar lá, nesse ponto cheguei a maior altitude de toda a temporada 3200m.
Apesar de toda a festa e térmicas marcadas a rota de planaltina começava a me preocupar, a cidade estava toda coberta por formações. Diferente do vôo no azul onde o sol aquece o solo e desprende térmicas constantemente, o vôo com formações, apesar de tornar mais fácil encontrar-las, trazem um componente estratégico a mais, se a nuvem for muito extensa ou espessa ela tapa o sol que não aquece o solo e como resultado não há térmica.
Estava a cerca de 15 Km de planaltina e tinha que tomar uma decisão, esperar a sombra dissipar para que o ciclo térmico comece de novo, apostar que ainda haveria térmicas soltando e mandar pra baixo da nuvem ou tentar cruzar a nuvem para o outro lado da idade onde havia sol.
Decidi que esperaria a nuvem dissipar sobre planaltina para continuar a viagem, esperava que a mesma não ficasse por lá por mais do que 30 minutos
Encontrar algo foi fácil, marcações estavam por toda aparte, o problema é que começou a sombrear onde eu estava antes que a sombra em planaltina permitisse ao sol aquecer o solo. Resultado é que chegou uma hora em que fui forçado a fazer a travessia pois começou a afundar em toda parte.
Quando começaram meus problemas…
Estava muito alto, na base das nuvens o que me deixava em uma situação bastante confortável para a travessia mas assim que coloquei debaixo da maçaroca de planaltina só acertei afundamentos. Normalmente sem térmicas a asa afunda a uma taxa de 0.7m/s a 75km/h mas assim que entrei debaixo da nuvem fui acertado por descendentes de 12 a 15m/s. Não estava perdendo altura, estava sendo arremessado ao chão pela natureza… :(
Acelerei para sair do afundamento mas a situação não era boa, do jeito que a coisa ia estaria no chão em 5 minutos, a cidade estava embaixo e com a serra do maranhão a direita comecei a aproar na direção da reserva.
Estava sobre a reserva quando o afundamento parou, encontrei uma pequena bolha em que me agarrei como pude, me concentrando para não escorregar dela.
A deriva me empurrava para fora da reserva e depois da cidade mas ao olhar para baixo vi uma asa pousada no meio da reserva, comecei a ter pensamentos de vai dar merda… mas me controlei, não podia deixar esse tipo de pensamento entrar na minha cabeça ou seria o fim.
Fui me arrastando a baixa altura ouvindo os carros passando na rodovia até que a realidade se estabeleceu e a gravidade passou a ganhar novamente e pousei depois da cidade próximo a lagoa da embrapa em um arado gigantesco
Meu eficiente resgate acompanhou o vôo todo e me viu pousar, logo estava a meu lado.
Pois é, esse foi o dia da caça onde as condições não favoreceram a chegada na esplanada.
Amanha mando o último vôo.
H2
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Fotos do vôo da esplanada
Por onde vim, São Gabriel a esquerda. No horizonte mais a direita da foto a rampa.
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Durante a cruzada de Planaltina olhando para tras na direção da rampa, a direita a Reserva ecológica das aguas emendadas
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Reserva Ecológica das Aguas Emendadas, Brasilia fica para a direita
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Serra do maranhão, terra de ninguem, Brasilia fica a esquerda
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No canto inferior direito a Torre Digital em Sobradinho
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Lago Paranoá
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Cheguei!!!
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Recado dos amigos ao congresso nacional
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Familia que voa unida, unida permanece.
Brasilia dia 4
Brasilia dia 4…
Episodio de hoje… Saindo da Zona de Conforto.
Toda a estratégia de vôo até agora tem se baseado em conforto, ter uma rodovia logo abaixo para facilitar o resgate, passar próximo a civilização em caso de problema, estar ao alcance do sinal de telefone celular, entre outras coisas.
Fazendo uma analise do vôo anterior cheguei a conclusão de que estava desperdiçando uma série de recursos a meu dispor para justamente momentos mais tensos, estou voando asa de alta performance, usando um casulo de pouco arrasto, um rádio de ondas curtas no carro e na asa, GPS, barrinhas de cereal e 2 litros de água
A rota anterior me forçava a fazer um L gigantesco para chegar na esplanada, 120Km de vôo justamente por causa das facilidades logo abaixo enquanto que, se tirasse em linha reta para Brasilia precisaria "apenas" de 80 Km de vôo. O problema dessa rota é que ela me colocava distante de rodovias, sobre alguns povoados perdidos no centro-oeste brasileiro, sem sinal de celular e próximo da temida serra do Maranhão, terra de ninguém.
Acordei hoje disposto a sair da zona de conforto, jogar pra trás e me perder no azul.
A previsão era muito boa, índice térmico alto, térmicas fartas, e vento soprando de Leste que da rampa empurra em uma linha reta para Brasilia.
Decolei as 13:15 e mandei imediatamente para a direita onde a primeira boa notícia do dia aconteceu, tomei um chute pra cima de 5.1m/s tão liso que parecia um afago porem o topo dela estava muito baixo ainda 2500m, o teto subiria ao longo do dia mas por enquanto teria que me contentar com isso.
E vamos nos, dei de cauda para o vento e fui em direção a BR-020 até aí era a mesma coisa que os vôos anteriores.
Neste ponto o primeiro momento tenso do vôo, encontrar a próxima termica para continuar o vôo. Fui seguindo a BR-020 na esperança de que algum caminhão, carro, trator desprendesse uma térmica que me jogasse pra cima, por longos minutos não passou carro algum na rodovia e eu ia ficando baixo até que vejo um trator a minha direita levantando porreira e decido que é lá ou chão.
Nem cheguei perto tomei pra cima em uma bicuda que me fez brigar com a asa por bom tempo até abandona-la a 2800m pra não cansar. Mandei o resgate pra planaltina de goias a 40 km dali regulando a transmissão de sinal a toda força pra gente conseguir se falar, dei de cauda para o vento de novo, CG em 3/4 e fui em frente.
Lá pelas tantas olhei para trás e a BR-020 era apenas um fio dental, São Gabriel a minha direita estava a 60Km a estrada para planaltina a esquerda estava a 15km de distância e Planaltina 20 a minha frente, olhei pra baixo e só vi arados enormes, estava praticamente no meio do nada. Lembrei de um email na lista de planadores em que um piloto durante um campeonato no interior da Bahia pousou em uma plantação destas e foi na direção das colheitadeiras para pedir ajuda ao operador quando descobriu que todas elas eram automáticas e operadas via satélite de uma central kilometros dali. Ele precisou forçar e entrada na maquina e aparecer na câmera para uma guarnição de segurança da fazenda aparecer de helicóptero para investigar o ocorrido.
Peguei uma sobre um arado recem trabalhado que me deu altura suficiente para me permitir chegar na beirada da cidade de planaltina, sobre o que parecia ser uma olaria, ufa a primeira parte da travessia "faca nos dentes" estava concluída, agora vinha a segunda parte, atravessar Planaltina.
A cidade não era lá grande coisa mas tinha a sua esquerda a reserva ecológica das águas emendadas e a sua direita a serra do maranhão, circunda-la não era uma opção, pela serra nem pensar e pela reserva bem… é uma reserva de fauna e flora nativa, pousar lá me traria problemas legais, então sem escolha comecei a procurar térmicas na borda da cidade. O pessoal de Brasilia sempre diz que a reserva era um ótimo gerador de térmicas mas baixo do jeito que estava ficando eu certamente terminaria minha aventura no meio do mato.
Há cerca de 500m achei um autêntico canhão que me levou a 2800 de novo, fiz minhas contas olhei para o outro lado da cidade e para a reserva e parti para cruzada.
Pra minha grata surpresa a cidade em si é um enorme gatilho de térmica, eu praticamente não perdi altura cruzando a cidade, muito pelo contrário ganhei altura. Comecei o sobrevôo de planaltina a 2800 e sai a 3200, neste ponto comecei a acreditar que conseguiria chegar na esplanada pois comecei a avistar o lago Paranoá no horizonte, estou na metade do caminho pensei.
O festival de térmicas e a orgia de sustentação duraram até eu cruzar a reserva, cheguei do outro lado acelerando pra não deixar a asa subir, o frio estava insuportável.
Cheguei em Sobradinho feliz por ter deixado a parte mais selvagem do vôo pra trás, agora tinha uma cidade grande, rodovia, sinal de celular, resgate ao alcance e Brasilia estava no visual, lembrei de um colega voador que um dia disse, "a sorte sempre acompanha o audaz".
Fui andando, beliscando algumas bolhas de 1.5 e continuando em frente na esperança de pegar algo mais forte e consistente mas não encontrando nada, o fato me deixou preocupado mas uma olhada no relógio logo deu uma explicação, eram 15:30, o sol não estava mais a pino, as térmicas estavam ficando fracas tinha que acelerar.
Em cima da guerra eletrônica ( um quartel da polícia ) cheguei a um ponto decisivo, cruzar o lago paranoá mas estava muito baixo. Decidi ir na direção do lago na esperança de que o contraste terra/agua estivesse desprendendo alguma ultima coisa no fim do dia, na pior das hipóteses pousaria em alguma mansão nas margens do lago, fiquei impressionado com a área verde próximo a eles.
A aposta deu resultado e consegui uma pequena bolha de 1.5 que girei durante quase 20 minutos me colocando no cone de planeio para a esplanada me permitindo as fotos desse vôo!
Fiquei impressionado comigo mesmo neste vôo, o efeito que a necessidade de acertar a próxima térmica, a necessidade de não errar o ciclo, de não errar o planeio fazem com a cabeça de uma pessoa quando ela não outra opção a não ser acertar.
Amanha tem mais
H2
domingo, 28 de agosto de 2011
Brasilia dia 3
Brasilia dia 3
Episodio de hoje… De novo no mesmo lugar igualzinho ao dia anterior
Diferente do dia anterior a terça feira começou com vento de NE na rampa, que ajuda muito mais que o SE de ontem para chegar na esplanada.
A atividade térmica prevista era mais forte que no dia anterior o que teoricamente tornaria mais fácil a tirada para a esplanada.
O vento se manteve até a hora da decolagem. Sai as 13:00 e sustentei no lift na cara da rampa até desprender uma bolha que me levaria a 2800. Diferente do domingo onde a deriva me empurrava para a BR-020 essa me empurrava para a garganta a direita da rampa, onde o vento toma velocidade rouba muita altura do planeio mas contribui para melhores condições térmicas do outro lado, a idéia era subir o suficiente para cruzar a garganta e engatar e uma bolha do outro lado e continuar a viagem.
A primeira parte do plano deu certo e estava com sorte pois a perda de altura não foi tão severa assim, o que me permitiu voar planalto adentro a procura de térmicas melhores.
Encontrei uma ótima bolha em cima da fazenda JL já perto da BR, a coisa parecia evoluir bem e estava com esperanças de fazer esplanada hoje. Fui na base novamente a 2800 e continuei viagem até o trevo de Brasilinha onde as coisas começaram a desandar…
O vento apertou no trevo e começou a quebrar as térmicas. Elas passaram a ficar falhadas e de deriva muito forte, se estivesse depois da reserva teria virado de cauda para o vento ou deixado a deriva me levar em direção a Brasilia mas no trevo de Brasilina não podia fazer isso pois estaria voando paralelo a rota de Brasilia mas cerca de 20Km fora dela, tinha que continuar até depois da reserva.
Depois de muita batalha consegui chegar ao topo de novo e mandei na direção do Posto Texaco na BR-020, só que tive que queimar muita altura pois a deriva da última termal tinha me jogado para longe da BR, além de continuar a viagem ainda tive que gastar altura no contra-vento pra voltar a BR.
Cheguei no Texaco baixo e encontrei outra falhada e turbulenta que tentei evoluir sem sucesso, ganhava 3 metros perdia 2. Desisti dela antes do topo e resolvi forçar na rota da BR na esperança de encontrar alguma coisa mais redonda e enrroscável no caminho mas foram só bolhas quebradas, 10 Km depois fiquei baixo demais e a realidade se estabeleceu, a gravidade passou a ganhar e eu acabei pousando no mesmo lugar do primeiro dia (domingo).
Fui resgatado 30 minutos depois e fiquei avaliando a minha estratégia usada até hoje para chegar em BSB, e resolvi que, como não estava sendo resgatado pela patroa, tinha rádio de ondas curtas e o vento de amanha era Leste que empurra direto para Brasilia que iria arriscar um pouco mais para chegar ao sucesso.
Mas isso é um assunto para o próximo relato :)
Mando notícias…
H2
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Brasilia dia 2
60km/h de vento na decolagem, rajadas de 78Km/h. O vento jogou as asas pra cima na rampa como se fossem brinquedos, nem cheguei a montar. A organização do campeonato cancelou a prova de hoje...
Voltei pra casa e fiquei na piscina com a Gigi a tarde toda...
Amanha tem mais, mando notícias...
Voltei pra casa e fiquei na piscina com a Gigi a tarde toda...
Amanha tem mais, mando notícias...
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Brasilia dia 1
Brasilia dia 1
Fazem exatamente 5 anos desde o último vôo que fiz em Brasilia. Me vem a mente o vento nordeste que entra rasgando na rampa e os poderosos canhões de 7m/s que fazem você sentir a vela cheia! Me veio a lembrança das travessias do GAP, uma enorme garganta, um funil na parede do planalto central onde o vento ganha velocidade e torna o vôo para Brasilia um desafio a ser vencido.
Essas lembranças não serviram de nada para me ajudar no primeiro voo de volta a rampa do planalto central.
O dia começou com uma sensação estranha de total falta de vento, diferente do normal de brasilia onde é necessária ajuda até para levar a asa para a rampa, nesse dia não foi preciso ajuda nem para decolar.
Montei, me equipei e fiquei esperando regado a 3 litros de água antes de decolar pra compensar a secura do ar.
Minha decolagem foi simples e tranqüila, asa equilibrou fácil no ombro e o vento SE logo me mandou pra cima. dei um bordo a esquerda e fui seguindo o paredão até onde havia uma coluna de asas subindo.
Para chegar na esplanada temos que voar na direção SO mas com o vento entrando de SE enfrentaria um componente de vento contra que tornaria o vôo cansativo e desafiador.
A primeira térmica me jogou na deriva de São Gabriel, pra longe de Brasilia, cheguei no topo e forcei o contra-vento na direção do GAP já jogando para os lados da BR-020 que pretendia seguir até Brasilia.
Peguei a segunda logo depois do funil do GAP sobre o JL que me levou a 2800m e resolvi seguir a BR na direção da reserva, forçando o contra-vento na esperança de ao chegar lá poder encarar um vento mais de traves ao invés de vento contra.
A 2800m passei pra cima da camada de inversão e o efeito sustentação espetacular se fez presente novamente, fui acompanhando a BR onde girei 2 pequenas bolhas apenas para me manter acima da inversão e continuei forçando o contra-vento. Na altura do posto da policia rodoviária, já abaixo da inversão encontrei outra, bem forte (5.2m/s) que me levou novamente acima da inversão e foi outra algria de sustentação até o posto advance na BR-020.
Depois de quase 2 horas ralando contra o vento tentando chegar na reserva pra tornar o vôo mais fácil, consegui! Porem… as térmicas acabaram justamente quando virei de lado para o mesmo…
A asa foi planando planando planando até que em planaltina escolhi um campo de soja recem-colhido ontem terminei minha empreitada aérea…
Amanha tem mais…
Fotos seguem galera.
H2
Fazem exatamente 5 anos desde o último vôo que fiz em Brasilia. Me vem a mente o vento nordeste que entra rasgando na rampa e os poderosos canhões de 7m/s que fazem você sentir a vela cheia! Me veio a lembrança das travessias do GAP, uma enorme garganta, um funil na parede do planalto central onde o vento ganha velocidade e torna o vôo para Brasilia um desafio a ser vencido.
Essas lembranças não serviram de nada para me ajudar no primeiro voo de volta a rampa do planalto central.
O dia começou com uma sensação estranha de total falta de vento, diferente do normal de brasilia onde é necessária ajuda até para levar a asa para a rampa, nesse dia não foi preciso ajuda nem para decolar.
Montei, me equipei e fiquei esperando regado a 3 litros de água antes de decolar pra compensar a secura do ar.
Minha decolagem foi simples e tranqüila, asa equilibrou fácil no ombro e o vento SE logo me mandou pra cima. dei um bordo a esquerda e fui seguindo o paredão até onde havia uma coluna de asas subindo.
Para chegar na esplanada temos que voar na direção SO mas com o vento entrando de SE enfrentaria um componente de vento contra que tornaria o vôo cansativo e desafiador.
A primeira térmica me jogou na deriva de São Gabriel, pra longe de Brasilia, cheguei no topo e forcei o contra-vento na direção do GAP já jogando para os lados da BR-020 que pretendia seguir até Brasilia.
Peguei a segunda logo depois do funil do GAP sobre o JL que me levou a 2800m e resolvi seguir a BR na direção da reserva, forçando o contra-vento na esperança de ao chegar lá poder encarar um vento mais de traves ao invés de vento contra.
A 2800m passei pra cima da camada de inversão e o efeito sustentação espetacular se fez presente novamente, fui acompanhando a BR onde girei 2 pequenas bolhas apenas para me manter acima da inversão e continuei forçando o contra-vento. Na altura do posto da policia rodoviária, já abaixo da inversão encontrei outra, bem forte (5.2m/s) que me levou novamente acima da inversão e foi outra algria de sustentação até o posto advance na BR-020.
Depois de quase 2 horas ralando contra o vento tentando chegar na reserva pra tornar o vôo mais fácil, consegui! Porem… as térmicas acabaram justamente quando virei de lado para o mesmo…
A asa foi planando planando planando até que em planaltina escolhi um campo de soja recem-colhido ontem terminei minha empreitada aérea…
Amanha tem mais…
Fotos seguem galera.
H2
domingo, 26 de junho de 2011
Andradas no feriado de corpus cristi parte 3
Episódio de ontem: agora vai… vai?
Chegamos tarde na rampa, o que seria apontado como a causa de um dos vôos mais agoniantes que já tive.
Chegamos as 11:30 na rampa, muito tarde para pegar o vôo certo. Até as 12:30 estava entrando um norte com pressão e pequenos cúmulos se formavam ao horizonte, todo mundo olhava e dizia, é hoje que vamos pra campinhas!
Montei o mais rápido que uma criança de 2 anos querendo atenção permitia mas infelizmente quando estávamos prontos o vento tinha virado de Noroeste. A pressão das térmicas ainda fazia o vento entrar de norte mas não sustentava nem os parapentes quando mais as nossas asas.
Ronaldão resolveu decolar e tentar se agarrar em alguma bolha no lado norte mas infelizmente não durou nem 2 minutos no ar o que desanimou o resto dos pilotos na rampa.
Até quase as 14:00 ninguém decolava pois seria chão na certa enquanto isso o céu e suas formações se tornavam mais e mais belos a medida que o dia ia se desenrolando, e nós presos ali na rampa sem poder decolar.
Exatamente as 14:40 o sol começou a aquecer o lado sul, forçando as bolhas a se desprenderem e fazendo o vento virar para sul na decolagem.
Comecei a desenhar o vôo na minha cabeça como uma aposta, o vento passado por cima da rampa de NO não ia nos deixar subir tão fácil assim para a parte de cima da cordilheira a menos que conseguíssemos decolar de sul e passar para o lado norte. Era uma condição parecida com a do feriado de pascoa exceto que estavamos no inverno, termicas mais fracas, pouca insolação, aquilo de praxe.
Bom, antes que a decolagem se deteriorasse novamente coloquei a asa no ombro e decolei (era pra ser o Fabiano hoje mas resolvi ir primeiro)
Fui direto para o pouso sul onde uma coluna de urubus mostrava uma evolução satisfatória, ela realmente subia com vontade mas a deriva era muito forte na direção da montanha e quanto mais se aproximava dela mais fraca a mesma ficava.
Demorou uma eternidade para ficar meia dúzia de palmos acima da cordilheira quando tentei a primeira cruzada mas afundei igual uma bigorna pra baixo da montanha.
Na minha segunda tentativa me afastei para depois do pouso sul pra tentar subir outra vez. Subi bem mais que da primeira mas quando tentei cruzar a cordilheira, novamente fui pra baixo e voltei com o rabo entre as pernas.
Nesse meio tempo o Daniel, decolou, engatou em uma na cara da rampa e derivou pra cima dela passando para o lado certo, passei o resto do vôo ouvindo ele dizendo que estava na base da nuvem.
Na terceira tentativa ganhei e fui em direção a rampa na esperança de que o que quer que tenha levado o daniel pra cima fizesse o mesmo comigo. Cheguei na rampa pouco acima da altura dela, havia uma sustentação boa mas não passava disto.
Depois de 1:30 com os braços doendo me entreguei e pousei
Foi uma ótima luta de onde não sai vitorioso mas o aprendizado foi valiosíssimo, da próxima vez acordar cedo!
Hoje domingo amanheceu uma ventaca de noroeste que nem me animei a subir, as previsões de chuva em são paulo aliado a retorno do feriado me fizeram optar por retornar cedo para casa.
Chegamos tarde na rampa, o que seria apontado como a causa de um dos vôos mais agoniantes que já tive.
Chegamos as 11:30 na rampa, muito tarde para pegar o vôo certo. Até as 12:30 estava entrando um norte com pressão e pequenos cúmulos se formavam ao horizonte, todo mundo olhava e dizia, é hoje que vamos pra campinhas!
Montei o mais rápido que uma criança de 2 anos querendo atenção permitia mas infelizmente quando estávamos prontos o vento tinha virado de Noroeste. A pressão das térmicas ainda fazia o vento entrar de norte mas não sustentava nem os parapentes quando mais as nossas asas.
Ronaldão resolveu decolar e tentar se agarrar em alguma bolha no lado norte mas infelizmente não durou nem 2 minutos no ar o que desanimou o resto dos pilotos na rampa.
Até quase as 14:00 ninguém decolava pois seria chão na certa enquanto isso o céu e suas formações se tornavam mais e mais belos a medida que o dia ia se desenrolando, e nós presos ali na rampa sem poder decolar.
Exatamente as 14:40 o sol começou a aquecer o lado sul, forçando as bolhas a se desprenderem e fazendo o vento virar para sul na decolagem.
Comecei a desenhar o vôo na minha cabeça como uma aposta, o vento passado por cima da rampa de NO não ia nos deixar subir tão fácil assim para a parte de cima da cordilheira a menos que conseguíssemos decolar de sul e passar para o lado norte. Era uma condição parecida com a do feriado de pascoa exceto que estavamos no inverno, termicas mais fracas, pouca insolação, aquilo de praxe.
Bom, antes que a decolagem se deteriorasse novamente coloquei a asa no ombro e decolei (era pra ser o Fabiano hoje mas resolvi ir primeiro)
Fui direto para o pouso sul onde uma coluna de urubus mostrava uma evolução satisfatória, ela realmente subia com vontade mas a deriva era muito forte na direção da montanha e quanto mais se aproximava dela mais fraca a mesma ficava.
Demorou uma eternidade para ficar meia dúzia de palmos acima da cordilheira quando tentei a primeira cruzada mas afundei igual uma bigorna pra baixo da montanha.
Na minha segunda tentativa me afastei para depois do pouso sul pra tentar subir outra vez. Subi bem mais que da primeira mas quando tentei cruzar a cordilheira, novamente fui pra baixo e voltei com o rabo entre as pernas.
Nesse meio tempo o Daniel, decolou, engatou em uma na cara da rampa e derivou pra cima dela passando para o lado certo, passei o resto do vôo ouvindo ele dizendo que estava na base da nuvem.
Na terceira tentativa ganhei e fui em direção a rampa na esperança de que o que quer que tenha levado o daniel pra cima fizesse o mesmo comigo. Cheguei na rampa pouco acima da altura dela, havia uma sustentação boa mas não passava disto.
Depois de 1:30 com os braços doendo me entreguei e pousei
Foi uma ótima luta de onde não sai vitorioso mas o aprendizado foi valiosíssimo, da próxima vez acordar cedo!
Hoje domingo amanheceu uma ventaca de noroeste que nem me animei a subir, as previsões de chuva em são paulo aliado a retorno do feriado me fizeram optar por retornar cedo para casa.
Fui!
Fotos do Feriado
Em voo mesmo apenas o video e 1 foto pois manter-se no ar exigiu muita concentração pra não escorregar das térmicas e atenção com o volume de tráfego que havia ao redor.
Divirtam-se...
Divirtam-se...
Gigi ajudando a montar a asa
Gigi liberando o papai para a decolagem
Instrumentos ligados
Voando
Fabiano passando acima
Eu passando em cima
Pousado
Confraternização de pilotos
Empacotando a tralha
Acabou o feriado... :(
Video de quinta-feira
O Feriado não fez jus ao que andradas tem de melhor para oferecer mas acabou sendo uma ótima diversão e treino de braços para quando a condição estiver fraca.
Abaixo um videozinho que editei. Na primeira parte eu e Fabiano enrroscando perto da cordilheira de são joão, na segunda parte meu pouso.
Abaixo um videozinho que editei. Na primeira parte eu e Fabiano enrroscando perto da cordilheira de são joão, na segunda parte meu pouso.
sábado, 25 de junho de 2011
Andradas no feriado de corpus cristi - parte 2
Andradas 24-06-2011
Episódio de hoje: Todo mundo ao mesmo tempo agora todos juntos na mesma térmica de uma vez...
O dia começou com aquele norte fraco na rampa que dava todos o indícios de que ia virar de sul quando o sol aquecesse aquela face da cordilheira Montamos as asas e aguardamos a virada, o vôo de norte não animava mesmo, paramentes decolavam e desciam ou decolavam e ficavam liftando no lado norte sem conseguir evoluir.
Hoje tivemos a ilustre presença do Rodrigo Rato, Neguim e o RUbão na rampa de andradas voando conosco.
Quando o vento virou nos aprontamos e alinhamos na rampa sul, sendo eu o primeiro (hoje era a minha vez). Fiquei um tempo observando uns parapentes. Quando eles começaram a girar térmica em cima do pouso sul comecei a estudar alternativas de saída nos gatilhos conhecidos, torre de alta tensão e cordilheira de noroca, caso nenhum desses desse certo eu me juntaria aos paracas em cima do pouso sul.
Decolei e tentei no primeiro gatilho e nada, no segundo gatilho e nada e de rabo entre as pernas me sobrou ir para o pouso sul na esperança de salvar o vôo. Cheguei embaixo dos paramentes e comecei a girar quando todos, asas, paramentes e urubus resolveram se juntar a nós. Foi uma enroscada tensa onde fiquei constantemente prestando atenção as asas e parapentes em volta. Por um relance olhei para baixo e perdia conta de quantas aeronaves haviam na mesma térmica…
A 2100m cheguei ao que parecia ser o topo e tirei em direção a primeira cidade como ontem na esperança de encontrar alguma coisa nos gatilhos conhecidos mas não encontrei nada ou apenas bolhas de 0.1 / 0.2. Perdendo altura e não querendo terminar a empreitada muito cedo voltei para a térmica anterior, só que dessa vez na parte debaixo, ela já não era mais tão consistente assim, estava fraca e falhada mas mesmo assim resolvi que ia subir até o topo dela outra vez pois parecia a única saída viável dali.
Cara, demorou uma eternidade mas consegui chegar no topo, o rádio anunciou o pouso do Fabiano, Neguim e o Daniel. Estavam só eu e o Rubão voando ainda, eu sobre a cordilheira e ele Deus sabe onde.
A cordilheira sustentava legal, fui até a cidade e voltei para um razante na rampa, tentei os gatilhos normais e conhecidos mas novamente não encontrei nada no máximo um 0.0. Lá pelas tantas recebo um radio do Rubão dizendo que estava enroscando em uma forte sobre o pouso sul, mais do mesmo pensei eu com meus botões, mas se estava forte talvez fosse a chance que precisava para sair para a tirada.
Encontrei o cara realmente estratosferado em cima do pouso sul e fui animado pra baixo dele pra ser decepcionado pela maior descendente que já tomei em andradas, -5.3!!! Realmente devia ser uma termal animal ali nas redondezas e juro que cisquei o quanto pude mas infelizmente a gravidade foi mais forte e não me restou alternativa mas pousar.
Pelo menos a confraternização de pilotos no pouso sul é um evento muito divertido depois de 2.5h de vôo que não nos levaram a lugar algum.
Acho que pela época do ano (inverno) não conseguiremos tirar muita coisa mesmo mas ainda assim vamos tentando.
Amanha mando o relato de hoje!
H2
Episódio de hoje: Todo mundo ao mesmo tempo agora todos juntos na mesma térmica de uma vez...
O dia começou com aquele norte fraco na rampa que dava todos o indícios de que ia virar de sul quando o sol aquecesse aquela face da cordilheira Montamos as asas e aguardamos a virada, o vôo de norte não animava mesmo, paramentes decolavam e desciam ou decolavam e ficavam liftando no lado norte sem conseguir evoluir.
Hoje tivemos a ilustre presença do Rodrigo Rato, Neguim e o RUbão na rampa de andradas voando conosco.
Quando o vento virou nos aprontamos e alinhamos na rampa sul, sendo eu o primeiro (hoje era a minha vez). Fiquei um tempo observando uns parapentes. Quando eles começaram a girar térmica em cima do pouso sul comecei a estudar alternativas de saída nos gatilhos conhecidos, torre de alta tensão e cordilheira de noroca, caso nenhum desses desse certo eu me juntaria aos paracas em cima do pouso sul.
Decolei e tentei no primeiro gatilho e nada, no segundo gatilho e nada e de rabo entre as pernas me sobrou ir para o pouso sul na esperança de salvar o vôo. Cheguei embaixo dos paramentes e comecei a girar quando todos, asas, paramentes e urubus resolveram se juntar a nós. Foi uma enroscada tensa onde fiquei constantemente prestando atenção as asas e parapentes em volta. Por um relance olhei para baixo e perdia conta de quantas aeronaves haviam na mesma térmica…
A 2100m cheguei ao que parecia ser o topo e tirei em direção a primeira cidade como ontem na esperança de encontrar alguma coisa nos gatilhos conhecidos mas não encontrei nada ou apenas bolhas de 0.1 / 0.2. Perdendo altura e não querendo terminar a empreitada muito cedo voltei para a térmica anterior, só que dessa vez na parte debaixo, ela já não era mais tão consistente assim, estava fraca e falhada mas mesmo assim resolvi que ia subir até o topo dela outra vez pois parecia a única saída viável dali.
Cara, demorou uma eternidade mas consegui chegar no topo, o rádio anunciou o pouso do Fabiano, Neguim e o Daniel. Estavam só eu e o Rubão voando ainda, eu sobre a cordilheira e ele Deus sabe onde.
A cordilheira sustentava legal, fui até a cidade e voltei para um razante na rampa, tentei os gatilhos normais e conhecidos mas novamente não encontrei nada no máximo um 0.0. Lá pelas tantas recebo um radio do Rubão dizendo que estava enroscando em uma forte sobre o pouso sul, mais do mesmo pensei eu com meus botões, mas se estava forte talvez fosse a chance que precisava para sair para a tirada.
Encontrei o cara realmente estratosferado em cima do pouso sul e fui animado pra baixo dele pra ser decepcionado pela maior descendente que já tomei em andradas, -5.3!!! Realmente devia ser uma termal animal ali nas redondezas e juro que cisquei o quanto pude mas infelizmente a gravidade foi mais forte e não me restou alternativa mas pousar.
Pelo menos a confraternização de pilotos no pouso sul é um evento muito divertido depois de 2.5h de vôo que não nos levaram a lugar algum.
Acho que pela época do ano (inverno) não conseguiremos tirar muita coisa mesmo mas ainda assim vamos tentando.
Amanha mando o relato de hoje!
H2
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Andradas no feriado de corpus cristi parte 1
Andradas 23-06-2011
Episodio de hoje - Aprendendo a confiar na asa…
Ceu azul lindo, Vento Norte entrando com pressão na rampa, montei a asa com o Fabiano e fomos esperar a condição se desenvolver melhor para decolarmos. Acompanhamos as tentativas de uma asa que merrecou, alguns paramentes decolaram e fizeram o mesmo.
A coisa começou a melhorar lá pelas 13:00 quando os primeiros paramentes começaram a ganhar a rampa e ficar alto. Nos equipamos, engatamos e levamos as asas para a decolagem norte.
Apesar da ganhada dos parapentes o vôo não estava fácil, eles ralavam para subir e começamos a duvidar da qualidade do vôo mas bom, já estávamos aqui e viemos pra voar então vamos lá.
Fabiano decolou primeiro, deu um bordo na cara da rampa e começou a ganhar altura com consistência. Me animei e decolei logo em seguida, tomei de 1,7 na cara da rampa e comecei a girar. No primeiro ciclo já estava acima da rampa e a coisa foi melhorando, tinha picos de 3.2 mas na media ficava em torno de 1.7 e 1.5.
Colocamos 1500m e puxei o bonde da tirada por cima da cordilheira em direção a São João para evitar as descendentes do rotor do lado sul e tentar engatar em alguma coisa na cordilheira.
Infelizmente a realidade não se mostrou tão favorável, conheço 3 gatilhos daquele lado, a cordilheira, as torres de alta tensão e o um conjunto de eucaliptos no meio do nada entre o pouso sul e jardim.
Os 3 não deram em nada, passamos por eles e nada aconteceu.
Ficando baixo e quase se resignando com o vôo fomos em direção ao pouso sul, chegando lá ficamos ciscando de um lado para o outro em bolhas permitiam manter a altura mas nada mais que isso.
Lá pelas tantas nos separamos, Fabiano foi atrás de um paramente que ganhava em cima da cidade de andradas e eu fui atras de um urubu. Tive mais sorte e encontrei uma falhada de 0.9 mas consistente que depois de incontáveis voltas me deixou a 800m. Procurando o Fabiano encontrei ele na merda indo em direção ao pouso sul… vai pousar pensei
Achando que pelo fato de estar no lado sul da cordilheira com vento de norte a coisa não estava evoluindo decidi abandonar meu piriri e ir en direção a jardim na esperança de encontrar alguma coisa melhor. Essa tirada precipitada quase me custou o vôo, bati numa descendente de 4.3 que me fez voltar para o piriri muito na merda, devia estar a uns 300 metros já planejando o pouso quando encontro o piriri de novo mas agora era uma consistente de 2.2 engatei nela e fui pra cima. No meio do caminho procurei o Fabiano e o encontrei estratosfera em cima da cordilheira da rampa vindo na minha direção!
Tenho que dar o braço a torcer, agarrar piriri até chegar na base é com ele mesmo, não tenho essa paciência.
Bati 1500m e tirei em direção a jardim, Fabiano veio atras mais baixo. Acertei a mega descendente de novo mas a altura me permitiu passar por ela e sair do outro lado com altura suficiente para chegar na estrada.
Não vi mais o Fabiano, acho que a descendente fez com ele a mesma coisa que fez comigo da primeira vez e ele voltou pra subir mais.
Tinha esperança de que o movimento dos carros desprendessem bolhas mais fortes, no final das contas até haviam bolhas mas eram muito falhadas, pouco consistentes, levei uma eternidade para chegar a 1000 de novo. Encontrava uma bolha dava 3 bordos ela sumia, encontrava outra mais 3 bordos e ela sumia, abandonava ia um pouco mais a frente e a coisa se repetia.
Fui nesse esquema até jardim (primeira cidade), cheguei lá a 600m, olhei na direção de pinhal e nenhum pouso decente só arados plantados, cana alta, morrotes e arvores.
Mirei alguns pousos e comecei a ciscar nas redondezas a procura de algo, encontrei uma de 0.9 consistente e fui subindo. Ainda olhando os pousos próximos começo a ver os parapentes que tinham decolado conosco pousados e outro baixo preparando para o pouso.
Comecei a avaliar a condição fraca, a situação de poucos pousos até pinhal e o grupo de paramentes pousados. A 1100 a térmica acabou e eu decidi voltar para o sul no contravento me preparando pra ficar pelo caminho.
Foi aí que o maior aprendizado do vôo começou. CG no MAXIMO asa aproada para o pouso sul e ela foi indo…
Vento assobiando a vela e ela indo...
Episodio de hoje - Aprendendo a confiar na asa…
Ceu azul lindo, Vento Norte entrando com pressão na rampa, montei a asa com o Fabiano e fomos esperar a condição se desenvolver melhor para decolarmos. Acompanhamos as tentativas de uma asa que merrecou, alguns paramentes decolaram e fizeram o mesmo.
A coisa começou a melhorar lá pelas 13:00 quando os primeiros paramentes começaram a ganhar a rampa e ficar alto. Nos equipamos, engatamos e levamos as asas para a decolagem norte.
Apesar da ganhada dos parapentes o vôo não estava fácil, eles ralavam para subir e começamos a duvidar da qualidade do vôo mas bom, já estávamos aqui e viemos pra voar então vamos lá.
Fabiano decolou primeiro, deu um bordo na cara da rampa e começou a ganhar altura com consistência. Me animei e decolei logo em seguida, tomei de 1,7 na cara da rampa e comecei a girar. No primeiro ciclo já estava acima da rampa e a coisa foi melhorando, tinha picos de 3.2 mas na media ficava em torno de 1.7 e 1.5.
Colocamos 1500m e puxei o bonde da tirada por cima da cordilheira em direção a São João para evitar as descendentes do rotor do lado sul e tentar engatar em alguma coisa na cordilheira.
Infelizmente a realidade não se mostrou tão favorável, conheço 3 gatilhos daquele lado, a cordilheira, as torres de alta tensão e o um conjunto de eucaliptos no meio do nada entre o pouso sul e jardim.
Os 3 não deram em nada, passamos por eles e nada aconteceu.
Ficando baixo e quase se resignando com o vôo fomos em direção ao pouso sul, chegando lá ficamos ciscando de um lado para o outro em bolhas permitiam manter a altura mas nada mais que isso.
Lá pelas tantas nos separamos, Fabiano foi atrás de um paramente que ganhava em cima da cidade de andradas e eu fui atras de um urubu. Tive mais sorte e encontrei uma falhada de 0.9 mas consistente que depois de incontáveis voltas me deixou a 800m. Procurando o Fabiano encontrei ele na merda indo em direção ao pouso sul… vai pousar pensei
Achando que pelo fato de estar no lado sul da cordilheira com vento de norte a coisa não estava evoluindo decidi abandonar meu piriri e ir en direção a jardim na esperança de encontrar alguma coisa melhor. Essa tirada precipitada quase me custou o vôo, bati numa descendente de 4.3 que me fez voltar para o piriri muito na merda, devia estar a uns 300 metros já planejando o pouso quando encontro o piriri de novo mas agora era uma consistente de 2.2 engatei nela e fui pra cima. No meio do caminho procurei o Fabiano e o encontrei estratosfera em cima da cordilheira da rampa vindo na minha direção!
Tenho que dar o braço a torcer, agarrar piriri até chegar na base é com ele mesmo, não tenho essa paciência.
Bati 1500m e tirei em direção a jardim, Fabiano veio atras mais baixo. Acertei a mega descendente de novo mas a altura me permitiu passar por ela e sair do outro lado com altura suficiente para chegar na estrada.
Não vi mais o Fabiano, acho que a descendente fez com ele a mesma coisa que fez comigo da primeira vez e ele voltou pra subir mais.
Tinha esperança de que o movimento dos carros desprendessem bolhas mais fortes, no final das contas até haviam bolhas mas eram muito falhadas, pouco consistentes, levei uma eternidade para chegar a 1000 de novo. Encontrava uma bolha dava 3 bordos ela sumia, encontrava outra mais 3 bordos e ela sumia, abandonava ia um pouco mais a frente e a coisa se repetia.
Fui nesse esquema até jardim (primeira cidade), cheguei lá a 600m, olhei na direção de pinhal e nenhum pouso decente só arados plantados, cana alta, morrotes e arvores.
Mirei alguns pousos e comecei a ciscar nas redondezas a procura de algo, encontrei uma de 0.9 consistente e fui subindo. Ainda olhando os pousos próximos começo a ver os parapentes que tinham decolado conosco pousados e outro baixo preparando para o pouso.
Comecei a avaliar a condição fraca, a situação de poucos pousos até pinhal e o grupo de paramentes pousados. A 1100 a térmica acabou e eu decidi voltar para o sul no contravento me preparando pra ficar pelo caminho.
Foi aí que o maior aprendizado do vôo começou. CG no MAXIMO asa aproada para o pouso sul e ela foi indo…
Vento assobiando a vela e ela indo...
Sustentando e indo, duvidando que ia chegar e indo...
No meio do caminho estava mais alto do que esperava e indo…
Comecei a acreditar que ia chegar na final e indo…
Avistei uma asa (fabiano) debaixo da arvore do pouso sul ao longe, planejei a ultima perna base e indo…
Cheguei no pouso sul a cerca de 100 metros, com altura o suficiente para olhar biruta planejar pouso pensar no que fazer, desligar e levantar câmera e olhar a paisagem.
Comecei a vislumbrar a quantidade de oportunidades perdidas por simplesmente achar que a asa não planaria do ponto A ao B, fiquei embasbacado com o planeio dela.
Pousei, fofocamos, desmontamos a asa e voltamos pra pousada com gana pra amanha.
No meio do caminho estava mais alto do que esperava e indo…
Comecei a acreditar que ia chegar na final e indo…
Avistei uma asa (fabiano) debaixo da arvore do pouso sul ao longe, planejei a ultima perna base e indo…
Cheguei no pouso sul a cerca de 100 metros, com altura o suficiente para olhar biruta planejar pouso pensar no que fazer, desligar e levantar câmera e olhar a paisagem.
Comecei a vislumbrar a quantidade de oportunidades perdidas por simplesmente achar que a asa não planaria do ponto A ao B, fiquei embasbacado com o planeio dela.
Pousei, fofocamos, desmontamos a asa e voltamos pra pousada com gana pra amanha.
Não foi nenhuma quilometragem espetacular mas a ralação e o aprendizado deste voo foram muito bons, amanha tem mais, daqui a pouco subo os filmes no YouTube.
Phui!
domingo, 29 de maio de 2011
Andradas 28/05/2011
As previsões de SE me animaram para uma tirada em direção ao interior do estado de SP mas no final das contas a previsão errou quase tudo.
Cheguei na rampa para encontrar formações derivando de SW, visibilidade baixa, leitoso, frio de doer os ossos e apesar das formações as térmicas estavam muito fracas e pequenas.
Decolei e fui para a cordilheira perto da cidade, o único lugar em que tinha urubus voando, ou melhor 1 urubu voando. Chegando, encontrei uma bolhinha falhada e pequena. Cada volta que dava subia um pouco mas despencava muito até que comecei a ficar baixo e terminei a empreitada no pouso sul.
Algumas fotos do dia.
Gigi ajuda papai a arrumar as capas
Papai terminando de montar o brinquedo
Fazendas no interior de Minas
Resgate chegou!!!
Logo apos a decolagem, sao joao ao fundo
domingo, 24 de abril de 2011
Andradas na pascoa parte 3 - 23/04/2011
Formações muito grandes antes das 10:00 me deixaram preocupado com super desenvolvimento. O campeonato decolou com nuvens negras sobre poços de caldas vindo na direção da rampa. A medida que ficavam maiores e mais ameaçadoras minha vontade de voar ia se esvaindo. No final das contas resolvi não voar e curtir a piscina com Gi e Taty seguido de turismo em Águas da Prata
Domingo a previsão é de chuva e voltaremos mais cedo para casa.
Depois de muito tempo sem vôos decentes em Andradas, a temporada de vôo recomeça e se tudo correr bem terei muitos relatos durante o ano.
Até a próxima!
Abraços.
H2
Andradas na pascoa parte 2 - 22/04/2011
O dia prometia! As formações eram mais suaves, a temperatura estava mais alta, a cobertura de nuvens estava menor e a confiança maior. As decolagens do campeonato ocorreram no mesmo horário do dia anterior mas dessa vez alinhei no final do pelotão para não perder muito tempo entre o final do grid e os free flyers.
As 12:40 decolei e temendo cair como no primeiro dia mandei diretamente para a cordilheira na esperança de encontrar alguma coisa que me jogasse pra cima. Corri a cordilheira quase toda até a altura do pouso sul quando, tomado de uma incredulidade incomensurável me preparei para o pouso no oficial sem ter pego nada novamente e nem ter feito um mísero quilometro sequer, até que em cima do pouso sul a minha sorte estaria prestes a mudar...
No primeiro giro para aferir a direção do vento, encontrei uma falhada, turbulenta igual ao capeta onde me agarrei com todas as forças. Ela produzia subidas de 1.0 de média mas não faria a menor diferença eu não ia larga-la, fazer isso seria chão não estava nem um pouco a fim de cair no pouso sul, pelo menos não hoje.
A deriva dela estava estranha, de NE, empurrando em direção a São João da boa Vista. Depois de uma meia hora de batalha consegui ganhar rampa e a térmica arredondou. Essa seria a tônica do voo, acima de 1800m as termais ficavam redondas, fáceis de centrar e girar, abaixo disso eram turbulentas e falhadas. Cheguei na base da nuvem e tirei para Jardim, girei outra de 1.5 em cima de Jardim e toquei pra Pinhal.
O vôo melhorava consideravelmente a medida que me afastava de Andradas até que depois de Pinhal, a condição ficou espetacular. Estradas de nuvem levavam até Mogi, as térmicas eram tão lisas que dava pra sentir a vela cheia, era possível acelerar com 3/4 de cg sem perder altura, uma festa!!!
2:40 de voo depois estava chegando em Mogi, olhei na direção de campinas analisando qual seria a melhor rota e noto que uma massaroca de nuvens estava crescendo de forma preocupante, o que ligou o sinal de alerta em mim. A cobertura parecia ir de Holambra até Lindoia com uma evolução vertical que me fez temer por um encontro com CB em pleno ar.
2:40 de voo depois estava chegando em Mogi, olhei na direção de campinas analisando qual seria a melhor rota e noto que uma massaroca de nuvens estava crescendo de forma preocupante, o que ligou o sinal de alerta em mim. A cobertura parecia ir de Holambra até Lindoia com uma evolução vertical que me fez temer por um encontro com CB em pleno ar.
Olhando na direção de Aguai, notando as formações muito mais amigáveis, decidi que iria tentar alcançar Mococa, a terra do Delmanto. Estratégia ajustada, sobre Mogi aproei Noroeste e fui pra Aguaí.
Mal a tirada começou, no horizonte notei uma quantidade acima do normal de asas pousadas nos pastos e arados nas margens da rodovia entre Mogi e Aguai. Olhei na direção de Mococa novamente e vi que as formações estavam muito menores, putz a condição estava morredo, olhei no relógio 3:30, hmmm algo fede não deveria desligar tão cedo…
Resignado com a quilometragem alcançada voltei para Mogi, para o milharal que pousei no final do ano passado de fácil resgate para terminar minha empreitada.
Patroa e pastorinha me encontraram 40 minutos depois e voltamos para o Hotel…
Para quem quase terminou o dia no pouso sul, acabar a 57 quilômetros de onde decolou sem dúvida nenhuma foi muito gratificante
Para ter uma ideia da festa que estava o vídeo abaixo (não é meu) tenta dar uma idéia da brincadeira.
Video festa Andradas na pascoa
Para ter uma ideia da festa que estava o vídeo abaixo (não é meu) tenta dar uma idéia da brincadeira.
Video festa Andradas na pascoa
Mais fotos do dia, infelizmente do celular pois minha maquina deu PT
Andradas na pascoa parte 1 - 21/04/2011
Foi um desses voos que até agora estou sem entender o que aconteceu!!! Fui pro chão que nem uma bigorna sem direito a pegar absolutamente nada pelo caminho!!!
Decolei logo depois do último competidor e fui na direção da cordilheira, sem pegar absolutamente nada. Segui um incauto a minha frente torcendo para ele encontrar alguma coisa mas acabou não achando e acabou caindo em um arado distânte de qualquer estrada, não querendo ter o mesmo destino, ainda mais sendo resgatado pela patroa e patroinha, coloquei o rabo entre as pernas e voltei para o pouso sul, sem pegar nada!!!
Alinhei para pouso e realizei um bom pouso.
O mais impressionante de tudo é que o céu estava todo formado, lindo, deveria subir mas por algum motivo obscuro só desceu.
Bom, como diria um amigo voador:
O vôo livre é um esporte tão capaz de exaltar o ego de quem o pratica como de tornar humilde o mais bem sucedido dos pilotos.
Seguem fotos do dia feitas por celular pois infelizmente minha câmera deu PT
H2
Trocando impressões sobre a condição antes do prego
Gigi, Papai e Manelzinho
Combat L pronta!
Vamos lá, hora de um préguinho!
domingo, 3 de abril de 2011
Dobrando o Parquedas reserva
É só olhar ali ao lado (quadro do br.weather) e notar que o tempo esta secando no interior do estado de São Paulo, em breve os voos de Andradas e São Pedro vão começar...
Em preparação para o ano que começa... vamos dobrar o paraquedas, um procedimento divertido, ainda mais se é acompanhado pela filha! :)
Inté.
Em preparação para o ano que começa... vamos dobrar o paraquedas, um procedimento divertido, ainda mais se é acompanhado pela filha! :)
Inté.
Dobrando o paraquedas de emergência...
Com a ajuda da filha é mais divertido ainda!
quarta-feira, 2 de março de 2011
São Vicente 20/02/2011
Voei!!!
Aproveitei o segundo dia depois da passagem da frente fria por São Paulo que trouxe o sudeste e a estiagem que passou pelo estado para um voo em São Vicente.
Voo de SE com pressão de vento na decolagem e no pouso. Algumas bolhas na transição entre a mata e os prédios me permitiram voar afastado da montanha e longe do lift onde estavam basicamente todos os parapentes.
Como é de costume nesses dias de pouco vento a quantidade de parapentes simplesmente ficou grande, congestionando o céu, nesse momento me dei por satisfeito e fui para o pouso...
Foram 40 minutos de higiene mental.
Nota interessante do dia foi Giovanna "descobrindo" a asa! Até ajudou papai!!! :)
Até a próxima!
Aproveitei o segundo dia depois da passagem da frente fria por São Paulo que trouxe o sudeste e a estiagem que passou pelo estado para um voo em São Vicente.
Voo de SE com pressão de vento na decolagem e no pouso. Algumas bolhas na transição entre a mata e os prédios me permitiram voar afastado da montanha e longe do lift onde estavam basicamente todos os parapentes.
Como é de costume nesses dias de pouco vento a quantidade de parapentes simplesmente ficou grande, congestionando o céu, nesse momento me dei por satisfeito e fui para o pouso...
Foram 40 minutos de higiene mental.
Nota interessante do dia foi Giovanna "descobrindo" a asa! Até ajudou papai!!! :)
Até a próxima!
Gigi observa a asa
Gigi ajuda a tirar as talas
Gigi ajuda papai a dobrar a ponta da asa
Pronto papai, conseguimos
É grande papai né?
De quem é esta cabecinha atras da vela?
domingo, 16 de janeiro de 2011
São Vicente - 15/01/2011
Voei!!!
Primeiro vôo do ano! O meteograma acusou 40% de chance de chuva, eu apostei nos outros 60% e fui feliz!
O vôo foi de sul com teto baixo (300mts acho) e muitos mas muitos parapentes. Me segurei no lift como pude mas chegou uma hora que a quantidade de parapentes era muito grande e a coisa começou a ficar mais estressante que prazerosa e fui pro pouso.
Nota interessante do dia, conheci o Thomas, autor de um blog sobre voo a vela que acompanho desde que ouvi falar pela primeira vez sobre vôo em onda!
Pra quem quiser dar uma olhada no blog dele: http://www.planadorbrasil.blogspot.com/
É isso ae galera, hoje me sinto mais saudável! :)
Phui!
Primeiro vôo do ano! O meteograma acusou 40% de chance de chuva, eu apostei nos outros 60% e fui feliz!
O vôo foi de sul com teto baixo (300mts acho) e muitos mas muitos parapentes. Me segurei no lift como pude mas chegou uma hora que a quantidade de parapentes era muito grande e a coisa começou a ficar mais estressante que prazerosa e fui pro pouso.
Nota interessante do dia, conheci o Thomas, autor de um blog sobre voo a vela que acompanho desde que ouvi falar pela primeira vez sobre vôo em onda!
Pra quem quiser dar uma olhada no blog dele: http://www.planadorbrasil.blogspot.com/
É isso ae galera, hoje me sinto mais saudável! :)
Phui!
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