quinta-feira, 23 de junho de 2011

Andradas no feriado de corpus cristi parte 1

Andradas 23-06-2011

Episodio de hoje - Aprendendo a confiar na asa…

Ceu azul lindo, Vento Norte entrando com pressão na rampa, montei a asa com o Fabiano e fomos esperar a condição se desenvolver melhor para decolarmos. Acompanhamos as tentativas de uma asa que merrecou, alguns paramentes decolaram e fizeram o mesmo.

A coisa começou a melhorar lá pelas 13:00 quando os primeiros paramentes começaram a ganhar a rampa e ficar alto. Nos equipamos, engatamos e levamos as asas para a decolagem norte.

Apesar da ganhada dos parapentes o vôo não estava fácil, eles ralavam para subir e começamos a duvidar da qualidade do vôo mas bom, já estávamos aqui e viemos pra voar então vamos lá.

Fabiano decolou primeiro, deu um bordo na cara da rampa e começou a ganhar altura com consistência. Me animei e decolei logo em seguida, tomei de 1,7 na cara da rampa e comecei a girar. No primeiro ciclo já estava acima da rampa e a coisa foi melhorando, tinha picos de 3.2 mas na media ficava em torno de 1.7 e 1.5.

Colocamos 1500m e puxei o bonde da tirada por cima da cordilheira em direção a São João para evitar as descendentes do rotor do lado sul e tentar engatar em alguma coisa na cordilheira.

Infelizmente a realidade não se mostrou tão favorável, conheço 3 gatilhos daquele lado, a cordilheira, as torres de alta tensão e o um conjunto de eucaliptos no meio do nada entre o pouso sul e jardim.

Os 3 não deram em nada, passamos por eles e nada aconteceu. 

Ficando baixo e quase se resignando com o vôo fomos em direção ao pouso sul, chegando lá ficamos ciscando de um lado para o outro em bolhas permitiam manter a altura mas nada mais que isso.

Lá pelas tantas nos separamos, Fabiano foi atrás de um paramente que ganhava em cima da cidade de andradas e eu fui atras de um urubu. Tive mais sorte e encontrei uma falhada de 0.9 mas consistente que depois de incontáveis voltas me deixou a 800m. Procurando o Fabiano encontrei ele na merda indo em direção ao pouso sul… vai pousar pensei

Achando que pelo fato de estar no lado sul da cordilheira com vento de norte a coisa não estava evoluindo decidi abandonar meu piriri e ir en direção a jardim na esperança de encontrar alguma coisa melhor. Essa tirada precipitada quase me custou o vôo, bati numa descendente de 4.3 que me fez voltar para o piriri muito na merda, devia estar a uns 300 metros já planejando o pouso quando encontro o piriri de novo mas agora era uma consistente de 2.2 engatei nela e fui pra cima. No meio do caminho procurei o Fabiano e o encontrei estratosfera em cima da cordilheira da rampa vindo na minha direção!

Tenho que dar o braço a torcer, agarrar piriri até chegar na base é com ele mesmo, não tenho essa paciência.

Bati 1500m e tirei em direção a jardim, Fabiano veio atras mais baixo. Acertei a mega descendente de novo mas a altura me permitiu passar por ela e sair do outro lado com altura suficiente para chegar na estrada.

Não vi mais o Fabiano, acho que a descendente fez com ele a mesma coisa que fez comigo da primeira vez e ele voltou pra subir mais.

Tinha esperança de que o movimento dos carros desprendessem bolhas mais fortes, no final das contas até haviam bolhas mas eram muito falhadas, pouco consistentes, levei uma eternidade para chegar a 1000 de novo. Encontrava uma bolha dava 3 bordos ela sumia, encontrava outra mais 3 bordos e ela sumia, abandonava ia um pouco mais a frente e a coisa se repetia.

Fui nesse esquema até jardim (primeira cidade), cheguei lá a 600m, olhei na direção de pinhal e nenhum pouso decente só arados plantados, cana alta, morrotes e arvores.

Mirei alguns pousos e comecei a ciscar nas redondezas a procura de algo, encontrei uma de 0.9 consistente e fui subindo. Ainda olhando os pousos próximos começo a ver os parapentes que tinham decolado conosco pousados e outro baixo preparando para o pouso.

Comecei a avaliar a condição fraca, a situação de poucos pousos até pinhal e o grupo de paramentes pousados. A 1100 a térmica acabou e eu decidi voltar para o sul no contravento me preparando pra ficar pelo caminho.

Foi aí que o maior aprendizado do vôo começou. CG no MAXIMO asa aproada para o pouso sul e ela foi indo…

Vento assobiando a vela e ela indo... 

Sustentando e indo, duvidando que ia chegar e indo...

No meio do caminho estava mais alto do que esperava e indo…

Comecei a acreditar que ia chegar na final e indo…

Avistei uma asa (fabiano) debaixo da arvore do pouso sul ao longe, planejei a ultima perna base e indo…

Cheguei no pouso sul a cerca de 100 metros, com altura o suficiente para olhar biruta planejar pouso pensar no que fazer, desligar e levantar câmera e olhar a paisagem.

Comecei a vislumbrar a quantidade de oportunidades perdidas por simplesmente achar que a asa não planaria do ponto A ao B, fiquei embasbacado com o planeio dela.

Pousei, fofocamos, desmontamos a asa e voltamos pra pousada com gana pra amanha.

Não foi nenhuma quilometragem espetacular mas a ralação e o aprendizado deste voo foram muito bons, amanha tem mais, daqui a pouco subo os filmes no YouTube.

Phui!

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