E chovia, chovia, chovia até que Pedrão resolveu dar uma trégua para a galera do Vôo e segurou a chuva. Não deu outra, desmarquei os compromissos (tinha um aniversário de um amigo do colégio da minha filha) e partimos para Andradas na sexta a tarde mesmo.
O horário de verão e o hábito de acordar cedo me permitiu chegar na rampa com tempo de sobra para a preparação. No final do dia este fato aliado a falta de ritmo de vôos faria uma grande diferênça.
Pois bem, naquela de hora de verão x hora de Deus fizemos os cáculos para decolar as 12:30, afinal de contas estamos na primavera e não tem porque esperar até as 14:30 para decolar.
Equipado, radio funcionando, resgate com rádio e aqui vamos nós! Belas formações enchiam o céu e o horizonte. Com uma decolagem tranquilissima mandei para a direita da rampa onde a galera já estava subindo. Os primeiros sinais de que algo não estava correto foram logo se mostrando. Alipio estava ralando em cima do pouso de NE sem conseguir subir, a cordilheira não oferecia grandes térmicas, apenas bolhas falhadas. Daniel estava comigo tentando se segurar e o Edson jogou pra trás na esperança de algo melhor.
Deixei o Alipio ralando em cima do pouso e voltei para a rampa na esperança de algo melhor pois os parapentes estavam subindo em cima da rampa. A decisão se mostrou acertada e consegui uma subida consistente, agora sim começou o voo pensei. A 1750m do mar, apenas 150m acima da rampa cheguei na base e pensei comigo mesmo, cara, hoje vai ser phoda. Dei de cauda para o vento e parti para o cross.
Parti para baixo seria a expressão correta. Ao pular a cordilheira fiquei quase a 100 metros do chão e passei 40 minutos tentanto não cair. Edson já tinha pousado e ao passar por cima dele fui atingido por turbulência pesada, resolvi que não pousaria e fiquei enrroscando bolhas que se desprendiam do pouso. Tinha certeza que se pousasse ali me machucaria ou quebraria alguma coisa.
Lá pelas tantas e praticamente tonto de tanto girar e com os ombros doendo, cheguei na base. Menção honrosa para o Daniel que tirou literalmente de 50 metros do chão e foi pra base.
A segunda peguei na entrada de Jardim, lisinha e gostosinha que levou a mim e um parapente para a base da nuvem novamente com direito a uma rápida entubada. A base continuava muito baixa, 1900 metros mas estava subindo. Neste dia chegaria a 2200, se o cabra estivesse com vontade de entubar batia uns 2400.
Toquei o bonde adiante indo em direção a Pinhal. No meio do caminho, encontrei uma turbulenta de dar nojo onde cometi o erro do vôo, sem ritmo de voo e já sem braços para segurar a asa abandonei a turbulenta para buscar algo mais liso a frente, acabei não encontrando nada e pousei na entrada de Pinhal em um arado enorme.
Não demorou muito tempo para a resgata e resgatinha me encontrarem e voltarmos para a pousada.
Daqui a pouco posto fotos e videos do dia.
até a próxima